GRUPO MEDIA CAPITAL SGPS, SA

Sociedade Aberta

Sede: Rua Mário Castelhano, n.º 40, Barcarena, Oeiras

Matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Cascais

Pessoa Colectiva n.º 502 816 481

Capital Social: 89.583.970,80 euros

INFORMAÇÃO PRIVILEGIADA

Impactos da pandemia nos resultados financeiros provisórios do 1º semestre

Nos termos do disposto no artigo 248.º-A do Código dos Valores Mobiliários, e em cumprimento do disposto nos artigos 7.º e 17.º, n.º 1 do Regulamento (UE) n.º 596/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho de 16 de abril de 2014, vem a emitente Grupo Media Capital, SGPS, .S.A. (a "Sociedade") em cumprimento da solicitação da CMVM realizada ao abrigo do disposto nos art. 23.º, n.º 1, al. m) do referido Regulamento bem como dos artigos 359.º, n.º 1, al. c) e 360.º, n.º 1, f) do Código dos Valores Mobiliários, divulgar informação relativa a impactos da pandemia nos resultados financeiros provisórios da Sociedade.

A informação relativa aos impactos da pandemia do Covid-19 e as demonstrações financeiras consideradas para efeitos da presente comunicação, não podem ser consideradas definitivas e finais para efeitos da apresentação dos resultados do 1º semestre de 2020 porquanto os dados financeiros ora comunicados não foram, até esta data, aprovados e fiscalizados pelos competentes órgãos sociais da Sociedade. A informação financeira aqui incluída não foi verificada de forma independente nem foi objeto de auditoria ou de revisão pelos auditores da Sociedade.

Este documento contém, pois, informação financeira resumida e parcial e que pode ser sujeita a alterações, correções ou aditamentos. Assim, tendo em conta a finalidade da presente comunicação, a Sociedade reservará para mais tarde, após a aprovação pelos seus órgãos sociais e revisão pelos auditores da Sociedade, a comunicação ao mercado dos resultados financeiros definitivos do 1º semestre de 2020.

Destaques

  • Durante o primeiro semestre, em resultado do efeito conjugado da pandemia e da redução de quota de audiência do principal canal televisivo (TVI - canal generalista) face ao período homólogo, os rendimentos operacionais do Grupo foram negativamente afetados, nomeadamente ao nível da publicidade. Estes impactos tiveram maior incidência nos meses de março a maio. De facto, os rendimentos operacionais consolidados recuaram 36% (37% no caso da publicidade) nos primeiros seis meses de 2020, sendo que as quedas percentuais mais significativas iniciaram-se em março (quando a pandemia foi declarada), tendo o seu pico em abril e mostrando forte desaceleração em maio e, especialmente junho. Conforme mencionado, para além do efeito adverso da pandemia, é de relembrar que em 2019 a TVI era líder de audiências em all day até fevereiro e tendo mantido a liderança em prime time até junho desse ano, ou seja todo o 1º semestre do ano anterior, e que em 2020, se comparam dados com um contexto no qual a TVI não liderou em qualquer desses slots horários.
  • Neste ambiente, e consciente da sua relevância e responsabilidade enquanto Grupo de média de excelência e referência em Portugal, foram tomadas as medidas operacionais e estratégicas adequadas por forma a corresponder aos difíceis desafios, garantindo em simultâneo a qualidade da cobertura jornalística e dos restantes conteúdos ao público em geral, bem como a execução das necessárias medidas de segurança sanitária visando a proteção dos seus colaboradores e terceiros com quem se relaciona, que incluíram, entre outras, a paragem profilática e temporária de algumas atividades (caso da produção de conteúdos), a promoção do trabalho remoto, a rotação de equipas e medidas extra de higienização e controlo. Estas iniciativas acarretam um inevitável agravamento de gastos, com o concomitante impacto negativo em termos de rentabilidade, que encontra justificação atendendo ao papel do Grupo na sociedade.
  • Em paralelo, foram encetadas medidas de eficiência operacional para acomodar parte do impacto económico negativo referido acima, e que englobaram a redução de gastos de outras naturezas e de despesas de capital, bem como uma gestão especialmente atenta do fundo de maneio. Os gastos operacionais, antes de depreciações e amortizações, recuaram 8% (9% se ajustados de restruturações), alcançando € 66,6 milhões até junho.
  • Em resultado do conjunto de impactos a nível de rendimentos e gastos, o EBITDA recuou de € 14,2 milhões no primeiro semestre de 2019 para € -11,2 milhões no período semelhante de 2020, sendo que, excluído de gastos com restruturações, os valores passaram de € 14,9 milhões para € -9,9 milhões). Em termos de resultados operacionais (EBIT), estes vieram de € 9,8 milhões para € -15,9 milhões). Desta forma, o resultado líquido deteriorou-se, de € 5,9 milhões para € - 14,4 milhões.
  • Em termos de endividamento financeiro líquido do Grupo, e devido a uma cuidada gestão de tesouraria, este aumentou somente € 5 milhões desde o final de 2019 (de € 88,5 milhões para € 93,5 milhões), refletindo uma saudável posição de liquidez, patente num montante de caixa e equivalentes de € 8,6 milhões no final de junho de 2020, que compara com € 256 mil no período homólogo.
  • Neste período, o Grupo foi mais além, lançando novas iniciativas e conteúdos, capazes de ir ao encontro dos superiores interesses do seu público. O reconhecimento do

mercado tem-se sentido numa melhoria consistente dos principais indicadores de negócio relacionados com a audiência. De facto, a TVI melhorou a sua quota em adultos, para a totalidade do dia, de 13,9% em março para 15,4% em junho, quando nos meses homólogos os valores eram de 18,5% e 15,6% respetivamente. Em julho de 2020 aquele indicador melhorou novamente para 16,4%, portanto uma melhoria face aos 15,1% observados em julho de 2019.

  • No segmento de rádio e entretenimento, os formatos de rádio do Grupo têm vindo a reforçar a liderança, patente de novo na quarta vaga consecutiva em que a Media Capital Rádios é o Grupo número um em audiência acumulada de véspera (AAV), ganhando 11 das últimas 13 vagas. Para tal, tem sido catapultada pela rádio mais ouvida em Portugal (Rádio Comercial) e por uma forte subida da M80, que na última vaga obteve a quota de audiência mais alta da sua história (10,6%), iniciada em 2007. À semelhança do segmento de televisão, também aqui os impactos da pandemia se fizeram sentir nos quatro últimos meses do semestre, embora no último (junho) a queda homóloga dos rendimentos de publicidade tenha sido cerca de metade da verificada no mês de maio. Ou seja, verifica- se que existe capacidade para recuperar de forma muito acentuada e rapidamente, assim se mantenha a pandemia sob controlo.
  • Na área digital, o numero de vídeos e páginas vistas aumentaram substancialmente durante o primeiro semestre (40% e 9% respetivamente), refletindo a confiança que as chancelas do Grupo merecem junto dos consumidores.
  • Em termos de perspetivas futuras, o Grupo reitera a expectativa de continuidade das operações, tendo em consideração que:
  1. O Grupo tem um largo histórico de liderança e rentabilidade que é próximo em termos cronológicos do presente momento;
  1. O evento da pandemia, apesar das fortes repercussões económicas, afigura- se como temporário;
  1. Este período coincidiu com, e logo acentuou, um contexto de redução acentuada das quotas de audiência em televisão generalista;
  1. Atendendo à natureza do negócio de televisão, o histórico demonstra que as quotas podem oscilar e efetivamente oscilam com rapidez e dimensão

relevantes;

  1. Nos últimos meses existe evidência de recuperação das audiências dos canais de TV do Grupo, o que corrobora o cenário de normalização descrito no

ponto anterior. Está previsto o reforço adicional dos conteúdos a partir de setembro.

  1. Em junho verificou-se um desagravar dos impactos negativos, com a perspetiva de maior controlo da pandemia e o consequente relaxar do confinamento, o que melhorou os condicionalismos dos agentes económicos, ficando tal facto igualmente visível na atividade do Grupo. Esta melhoria é reiterada nas primeiras indicações do terceiro trimestre, não obstante a incerteza que ainda subsiste relativamente à duração da pandemia e aos seus impactos futuros;

o As operações de rádio e digital evidenciam robustez nos principais indicadores de performance (audiências)

  • Desta forma, é através da continuação da melhoria dos contextos externo e interno que o Grupo antecipa um reforço do seu posicionamento competitivo no setor e um desagravamento substancial dos comparativos financeiros durante a segunda metade de 2020.

Resumo dos principais indicadores financeiros

P&L

milhares de €

1S 2020

1S 2019

Var %

Total de Rendimentos Operacionais

55,301

86,383

(36%)

EBITDA

(11,211)

14,241

n.a.

Resultados Operacionais (EBIT)

(15,904)

9,843

n.a.

Resultado Líquido do Período

(14,412)

5,890

n.a.

Ebitda check

-

-

Revenue Check

-

-

Mapa de Cash Flows

milhares de €

1S 2020

1S 2019

Var %

Fluxos das atividades operacionais (1)

(787)

15,891

n.a.

Fluxos das atividades de investimento (2)

(2,190)

(1,421)

(54%)

Fluxos das atividades de financiamento (3)

8,613

(14,596)

n.a.

Caixa e equivalentes no início do período

2,966

382

676%

Var. caixa e seus equivalentes (4)=(1)+(2)+(3)

5,636

(126)

n.a.

Efeito das diferenças de câmbios

0

(0)

n.a.

Caixa e equivalentes no final do período

8,603

256

>999%

Nota: dados preliminares, não aprovados ou fiscalizados pelos órgãos sociais da Sociedade, nem auditados ou revistos pelos auditores da Sociedade. Desta forma, os dados apresentados podem estar sujeitos a alterações.

Queluz de Baixo, 9 de agosto de 2020

A Entidade Emitente,

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Media Capital SGPS SA published this content on 09 August 2020 and is solely responsible for the information contained therein. Distributed by Public, unedited and unaltered, on 10 August 2020 07:18:14 UTC